Como surgiu a Ideia...

                                                                 A primeira Livraria de São Tomé e Príncipe

Como surgiu a ideia?

Ao repensar o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, fi-lo sob as esferas comum da energia, da saúde, da educação, da prestação de serviços, do turismo, da requalificação das estruturas arquitetónicas do país, do empresariado, da requalificação e reestruturação da conjuntura administrativa, etc... Enfim, sincronicamente cogitei o facto de que "tudo e mais alguma coisa" que assumirmos como possíveis vetores de desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, só será verdadeiramente eficaz quando existir a Pessoa Humana orientada para o próprio desenvolvimento em si mesmo.

No dealbar do projeto Livraria Nón, vincou-se a ideia de que é essencial projetar a pessoa humana para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, na sua variada forma e expressão. Para o efeito, torna-se ainda mais expressivo a necessidade de se investir na qualidade de educação, ensino e formação. E a educação, ensino e formação alinham-se na esfera do conhecimento, do conhecimento transversal. O conhecimento, por sua vez, adquire-se lendo; lendo muito.

Ora, a leitura, em contrapartida, requer um hábito, uma vontade, uma iniciação. E acima de tudo, requer livros para se ler. Daí, a tese levantada por nós: sem Livros, dificilmente se aprende a gostar de ler e escrever. E mais além, sem Livros, os nossos filhos serão incapazes ler e escrever - inclusive a sua própria história.

Na verdade, a ideia do projeto Livraria Nón prende-se com a necessidade de ultrapassar as barreiras da inacessibilidade dos Livros, dos materiais académicos/didáticos e todas a áreas do saber e da cultura científica, numa altura em que floresce um desmedido interesse e anseio dos são-tomenses pelo conhecimento. Aliás, pretende-se que a Livraria Nón, contribua, determinantemente, na formação de cidadãos leitores críticos, cidadão leitores e participativos, capazes de interagirem, de forma resoluta, às realidades que se lhes envolvem na condição de cidadãos criteriosos.

Na vertente do empreendedorismo, o projeto apresenta-se como uma inovação, na medida em que se torna numa plataforma de aquisição de livros, mediador entre leitor-livro-autor. E por outro lado, possibilita a diáspora envolver-se na disseminação dos livros no país, podendo a partir do estrangeiro encomendar Livros na Loja Virtual da Livraria Nón para os seus familiares e amigos levantarem na loja física em São Tomé e Príncipe. E acima de tudo, apresenta-se como um projeto inovador, quando promove, regularmente, atividades literárias com crianças e jovens, sessões de Hora do Conto, promovendo o hábito e o interesse pela leitura.

Enfim, pensar o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe ou pensar a educação, a formação e a cultura como eixos de governação pressupõe a assunção da leitura como prioridade política, tomando esta competência como básica para o acesso plural ao conhecimento e ao enriquecimento cultural - indispensáveis ao exercício de uma cidadania ativa e ao desenvolvimento económico e social do país. Neste âmbito, o domínio alargado da competência da leitura é perspetivado como condição fundamental para a construção e consolidação de uma sociedade livre, com coesão social, acesso democrático à informação, ao conhecimento, e à criação e fruição culturais.